Globalização, tecnologia, responsabilidade social, sustentabilidade, conexão, velocidade, multifuncional, interdisciplinar, imediatismo... essas são algumas denominações que caracterizam a chamada geração Z.
São considerados indivíduos dessa geração, os nascidos no final do século XX, em meados da década de 90.
Segundo a reportagem da Edição especial da Revista Veja Jovens, de setembro de 2001 (in: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/jovens/apresentacao.html) sobre as “Características e perspectivas de uma juventude que conhece a internet desde a infância”:
“Garotas e garotos da Geração Z, em sua maioria, nunca conceberam o planeta sem computador, chats, telefone celular. Por isso, são menos deslumbrados que os da Geração Y com chips e joysticks. Sua maneira de pensar foi influenciada desde o berço pelo mundo complexo e veloz que a tecnologia engendrou. Diferentemente de seus pais, sentem-se à vontade quando ligam ao mesmo tempo a televisão, o rádio, o telefone, música e internet. Outra característica essencial dessa geração é o conceito de mundo que possui, desapegado das fronteiras geográficas. Para eles, a globalização não foi um valor adquirido no meio da vida a um custo elevado. Aprenderam a conviver com ela já na infância”.
Essa geração não conheceu inflação, Ayrton Senna, Mamonas Assassinas. Também não tiveram contato com a morte de Tancredo Neves, Diretas Já e o
Impeachment do presidente da República (Collor)...
Impeachment do presidente da República (Collor)...
Ao contrário do que dizem sobre essa geração, esses indivíduos são extremamente focados e disciplinados em seus objetivos.
Eles são capazes de dormir na rua para comprar o ingresso de um show musical e, no dia do show, se sujeitam a ficar muito mais horas na fila, com chuva, sol, com ou sem comida só para garantir um bom lugar e “curtir” a apresentação de seus ídolos.
A geração Z já nasceu na economia baseada em conhecimento. Assim, informações não lhes faltam, mas outros desafios surgem:
- É possível administrar tantas informações?
- Como equilibrar o ter e o ser nesse mundo que relaciona poder à capacidade de consumo?
- Como conviver com o imediatismo resultante de tanta tecnologia e desenvolver a capacidade de análise com paciência e serenidade?
Em meio a esse cenário, é imprescindível repensar o processo educacional. A EaD surgiu bem antes da geração Z. Todavia, foi nessa geração que ela se alavancou para atender à pressa que caracteriza os jovens globalizados e tecnológicos. Será que pais e educadores estão preparados para dar respostas adequadas às necessidades desse público infanto-juvenil?
12 comentários:
Valquiria, a adaptabilidade da Geração Z quanto a utilização das diversas ferramentas de TIC`s é um processo natural e corriqueiro. Cabe agora ao educador, dentro do seu leque de opções, facilitar a migração do processo educativo do sistema convencional para o que melhor se encaixa na contexto tecnológico atual. Portanto temos que usar o que melhor se adequa e o que esteja disponível.
Hamilton, concordo com você quanto ao papel do educador em migrar de maneira adequada para esse novo modelo de ensino sem comprometer a qualidade do processo educacional. Eis um grande desafio para nós, educadores!
Valquíria, em relação à adequação da escola, a necessidade de reestruturá-la dentro do novo contexto que os tempos atuais oferecem, o que ocorre na verdade, é o grande desafio de promover a educação compatível à realidade do educando. Não podemos persistir com modelos superados em face de substancial mudança do perfil e do interesse de nossos alunos; sem considerarmos o cenário em que vivem e as solicitações que lhes são impingidas. A sociedade vai se acomodando às mudanças profundas que o mundo sofreu com o advento da tecnologia.
A EAD vem como uma ferramenta imprescindível para dar conta de uma demanda importante. Sabemos que a Educação à distância teve seu início há muito tempo com recursos da época. Hoje ela se sofisticou graças à tecnologia e tornou-se bem mais abrangente. Sem dúvida mais compatível ao mundo em que os alunos vivem seu cotidiano.
Uma discussão relevante é como preparar esta geração para que se beneficie da melhor forma possível, deste recurso tão repleto de possibilidades. Ainda na sequência, discutirmos como preparar os professores para assumirem o papel de gestor na maravilhosa arte de ensinar.
Muito bom podermos partilhar idéias e dúvidas que nos possibilitam exercitar a capacidade maravilhosa que o ser humano possui: a de adaptar-se.
Ser eternamente aprendiz é apenas o começo nesta aventura deliciosamente empolgante que é a ousadia de ensinar.
Um educativo abraço para uma educadora comprometida.
Priscila
Val, nós sabemos o quanto é eficiente os recursos de EaD, mas vale reforçar que é indispensável o conhecimento prático e que o mesmo deve ser colocado em sala de aula como maneira de consolidar o conhecimento abordado nas aulas a distância. A geração Z é muito rápida em absorver o conhecimento e devemos buscar maneiras de enriquecer o mesmo com experiências práticas que possam ilustrar o valor do conteúdo que está sendo apresentado.
Abçs
Gustavo Rosa
Valquíria, realmente é um grande desafio e conforme comentou o Hamilton cabe sim ao educador facilitar esta migração do processo educativo convencional para esse contexto tecnológico atual. É a nossa realidade, novidade para muitos educadores e natural para os alunos desta nova geração. Não vejo a tecnologia como uma ameaça ao futuro dos educadores e sim facilitadora no processo de aprendizagem, no processo de construção.
Portanto, cabe ao educador se adequar as novas exigências tecnológicas que se tornam natural a cada dia que passa.
Olá, Prof. Valquíria!
Acredito que muitos questionamentos no processo ensino-aprendizagem são impostos por uma geração que não conseguem descobrir como ficamos tão atrasados, já que cresceram neste ambiente tão fértil de tecnologia de comunicação e informação.
As mudanças tecnológicas vem impondo aos educadores uma triste realidade: a falta de investimento na formação e condições de acesso aos educados para novas tecnologias. É triste ver professores tão dedicados que mal conseguem fazer um blog? É fácil falar que precisamos adequar às novas realidades, mas sabemos que nem todos terão condições para isto, não acha?
Valquíria, admitir o fato de que não conseguir utilizar as ferramentas adequadas de tecnologia de comunicação e informação diante de gerações que nasceram dentro deste contexto é uma realidade que sempre deve nos inquietar.
Eu admito um sentimento de tristeza diante de professores tão ilustres, mas que não conseguem fazer um blog. Não tiveram acesso e formação para que novas tecnologias fizessem parte de suas vidas.
A década de 80 foi o "boon" das tecnologias no Japão. De fato, temos que admitir, estamos atrasados.
E a qualidade da nossa internet? Não estou discutindo o preço. Se o professor não teve acesso e nem formação para novas tecnologias, seria ele o único culpado por esta situação? ´
É facil falar: precisamos nos atualizar, renovar, mas nem sempre damos condições e bons professores continuam não conseguindo, se quer fazer seu blog.
É preciso rever a importância da atualização do professor, a sua educação e acesso as novas tecnologias no processo ensino-aprendizagem, não acha?
Eu entendo o EAD como uma ferramenta, aporveitando esse arsenal tecnológico desta nova era. Já a aula presencial é muito importante, eu acredito que não são todas as matérias possíveis de serem realizadas pelo EAD, já pensou um médico ou um dentista aprendendo fazer uma cirurgia por uma apostila do EAD?
Priscila,
Realmente o desafio é grande. É preciso muito foco e flexibilidade para a capacitação adequada a fim de atuar efetivamente nesse processo de aprendizagem atual e necessário. O desafio é para todos: instituições de ensino, alunos e professores!
Gustavo e Glaucia,
Também acredito que a tecnologia não é uma ameaça ao futuro dos educadores e sim um eficiente recurso educacional. O desafio é apoderar-se desse recurso que já revolucionou o ensino em muitos países. Que os educadores sejam pontes para o bom desenvolvimento da EAD no Brasil!
Professor Edson Amorim,
Os seus comentários referem-se a temas de grande complexidade presentes no sistema educacional brasileiro.Vejo o professor como a ponte necessária entre o aluno e as TIC's a fim de alcançar o objetivo de aprendizagem. Para isso, é imprescindível a atualização do professor. Nesse contexto, concluo com as palavras do reconhecido professor Mario Sergio Cortella:
" Só é um bom ensinante quem é um bom aprendente. Quem não conseguir ser um aprendente, nunca conseguirá ser um bom ensinante". Assim, é preciso ter "humildade pedagógica, isto é, a capacidade de saber que não sei tudo e ninguém o sabe"
Josi,
Por isso é preciso o tal ponto de equilíbrio. Muitos laboratórios de aprendizagem são necessários e fundamentais para o ensino e vivência prática do aluno.
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